Mulheres, trans e negros conquistam mais espaço na Câmara

 

Adote um Vereador: saiba quem são e o que pensam os vereadores de SP

 

Homem, branco, 51 anos, casado, com ensino superior e tendo a saúde como tema prioritário. Puxando o traço e fazendo as contas é assim a cara do vereador eleito na Câmara Municipal de São Paulo, de acordo com os dados oficiais declarados à justiça eleitoral e informações publicadas pelas próprias candidaturas.

 

Mesmo que aparente ser uma cara semelhante a de anos anteriores, não devemos nos enganar. Além de uma renovação de 40% dos vereadores — a despeito de alguns  não serem mais novidade, caso de Roberto Tripoli  (PV) que volta à Casa depois de ter ficado fora na legislatura passada —-, percebe-se o crescimento no número de mulheres, de negros e transexuais, um fator que tornará a Câmara mais diversa e plural nos debates.

 

Mesmo que os homens sejam maioria, 42 dos eleitos, a bancada feminina pulou de oito para 13 representantes. Nesta lista, há os casos de Érika Hilton, mulher transexual e negra, a mais votada do PSOL com 50.508. É também a mulher eleita mais jovem, com apenas 28 anos. Chama atenção, ainda, a eleição de Tammy Miranda, homem transexual, de 38 anos, eleito com 43.321 votos pelo PL. Tammy que é ator, filho de Gretchen, curiosamente é o que tem a menor escolaridade: ensino fundamental incompleto.

 

A propósito: reclama-se muito que candidatos a vereador deveriam ser mais bem preparados para a função que exercem e costuma-se ouvir criticas a baixa escolaridade. Não é o que se assiste na próxima legislatura: dos 55 vereadores, 45 tem ensino superior completo, quatro superior incompleto. A maioria também é casada, 31 dos eleitos; tem 16 solteiros e e oito divorciados.

 

Candidatos eleitos que se declaram pretos aumentou de forma considerável, especialmente entre mulheres. São sete os vereadores eleitos, dos quais a maioria é mulher: Érika Hilton (PSOL), Luana Alves (PSOL) Elaine do Quilombo Periférico (PSOL) e Sonaia Fernades (REPUBLICANOS).

 

Quanto a idade, a média é de 51 anos, mas é possível encontrar desde vereador jovens como o reeleito Fernando Holyday, de 24 anos, e as novatas Érika de 28 e Sonaira, de 30. Do outro lado da pirâmide etária estão Eduardo Suplicy, que completara 80 anos em junho do ano quem e Faria de Sá que começar 75, em dezembro deste ano.

 

A maioria dos eleitos (21) declarou exercer a função de vereador — ou seja, já estavam no cargo. Há casos de parlamentares que preferiram incluir outra função, como empresário e administrador. As duas profissões que aparecem com destaque são advogado (5) e médico (4). Há somente um policial civil, Delegado Palumbo (MDB). 

 

Usando como base, a plataforma criada pelo jornal O Globo, na qual candidatos voluntariamente publicavam informações, incluíam três temas prioritários e registravam uma mensagem ao eleitor, é possível identificar que saúde apareceu com destaque — mais do que justificável haja vista o momento de pandemia que enfrentamos. Antes de olharmos os temas, é preciso registar que, infelizmente, dos 55 eleitos apenas 19 aceitar o convite do jornal. Depois de saúde (10 citações), aparecem direitos humanos e minorias (5), assistência social e cultura (4), meio ambiente, educação e proteção de animais (3), transporte/mobilidade e esportes (2); segurança urbanismo defesa do consumidor e finanças (1).

 

Espera-se que, em breve, se tenha acesso as prioridades e propostas que todos os vereadores pretendem defender durante a próxima legislatura. É uma boa maneira para se avaliar se eleitos, eles cumprem com o compromisso assumido com o eleitor.