Câmara adia votação de Plano Diretor e sem-teto entram em confronto com a PM

Texto não será votado nesta terça por falta de relatórios de cinco comissões

Matéria publicada originalmente pelo Estadão.com.br

Diego Zanchetta 
Cerca de 3 mil manifestantes fizeram pressão em frente à Câmara - Alice Vergueiro/Futura Press
Alice Vergueiro/Futura Press
Cerca de 3 mil manifestantes fizeram pressão em frente à Câmara

Mais de 3 mil manifestantes de grupos de sem-teto entraram em confronto com a PM no centro de São Paulo, por volta das 17h20, momentos após o presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT), anunciar o adiamento da votação do Plano Diretor para esta quarta-feira, 30. Por falta de relatórios de cinco comissões de legalidade (Saúde, Educação, Transporte, Administração Pública e Finanças), os vereadores adiaram a votação em primeira discussão, prevista para ocorrer nesta terça.

Os sem teto que fechavam as duas vias do Viaduto Jacareí começaram a atirar pedras contra o Palácio Anchieta logo após o anúncio. Em seguida, a Tropa de Choque da PM começou a lançar bombas de gás contra os manifestantes, que montaram barricadas de fogo pelas ruas do centro. Um restaurante ao lado da Câmara foi incendiado. Dentro do plenário, a sessão foi suspensa após alguns sem-teto começarem a lançar pedaços de madeira arrancados dos bancos das galerias nos vereadores.

Em frente à Câmara o clima é tenso. Vereadores de oposição acusam o prefeito Fernando Haddad (PT) pelo incidente - na semana passada Haddad subiu em um carro de som dos grupos de sem-teto e pediu que eles pressionassem a Câmara a aprovar o novo Plano Diretor, que prioriza a construção de moradias populares em áreas centrais da cidade, nas chamadas Zonas de Interesse Social (Zeis).