Câmara Municipal convida presidente da Sabesp para explicar racionamento noturno
Requerimento proposto pelo vereador Police Neto (PSD) foi aprovado pela Comissão de Política Urbana
Matéria publicada orginlmento pelo O Estado de S. Paulo
Foto: CMSP
Fabio Leite
A Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 16, um convite para que a presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) explique aos vereadores paulistanos o racionamento de água noturno adotado pela empresa, segundo aponta documento da Prefeitura de São Paulo revelado pelo Estado nesta quarta-feira.
"A Câmara tem a obrigação de investigar se houve quebra do contrato e violação da lei que permitiu a celebração do contrato de fornecimento", afirmou o vereador José Police Neto (PSD), autor do requerimento de convite à presidente da Sabesp aprovado na comissão. Em 2010, a companhia assinou com a prefeitura um contrato de concessão por 30 anos dos serviços de água e esgoto da capital paulista.
O parlamentar disse ainda que é preciso esclarecer o uso do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira. Trata-se de uma reserva de 196 bilhões de litros de água represada abaixo do nível das comportas e que nunca foi utilizada. A captação profunda deve começar no próximo dia 15 de maio e será suficiente para abastecer a Grande São Paulo até 27 de novembro, segundo previsão feita pela Sabesp e revelada pelo Estado.
O requerimento teve como base reportagens publicadas pelo Estado, como o documento interno da prefeitura revelado nesta quarta-feira relatando que a Sabesp faz racionamento noturno ao reduzir em 75% a pressão da água distribuída pela cidade entre meia-noite e cinco da manhã. A empresa diz que a medida é uma manobra operacional para reverter água dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para regiões antes abastecidas pelo Cantareira. Segundo a Sabesp, não há racionamento.
No mês passado, Dilma Pena foi convidada para explicar a crise hídrica de São Paulo em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, mas não compareceu alegando problemas familiares. Em seu lugar foi o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato. Na ocasião, ele disse que tinha "pavor de racionamento" porque a adoção da medida prejudica a população mais pobre, que não tem dinheiro para comprar água.