Câmara faz homenagem a 29 PMs feridos nos protestos de junho

Do Blog de Diego Zanchetta

A pedido do vereador Coronel Camilo (PSD), a Câmara Municipal de São Paulo realizou ontem sessão solene para homenagear os 29 policiais militares feridos durante as manifestações de junho nas ruas de São Paulo, promovidas pelo Movimento Passe Livre. Nas manifestações de junho também ficaram feridas mais de 250 pessoas, entre estudantes, jornalistas, motoristas de ônibus e pessoas que não participavam dos atos.

O soldado Vanderlei Vignoli, que teve corte na cabeça durante o terceiro dia de protestos, durante batalha entre estudantes e policiais na região da Praça da Sé, foi o mais festejado por familiares, parentes e até por militares do Exército e da Força Aérea que lotaram o prédio do Legislativo, no centro paulistano.”Os nossos soldados foram responsáveis por garantir a democracia, preservando o direito dos grupos saírem às ruas”, argumentou Camilo.

A homenagem ocorre uma semana após o vereador Toninho Vespoli (PSOL) conseguir barrar a concessão de uma Salva de Prata às Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), o que irritou lideranças governistas e a “bancada da bala”, formada pelos influentes vereadores Camilo, Coronel Telhada (PSDB) e Conte Lopes (PTB).

Na mesa que presidiu a sessão solene em homenagem ao Dia do Soldado, ao lado de Camilo estavam o vereador Coronel Telhada (PSDB), o general Adhemar da Costa Machado Filho, comandante Militar do Sudeste, o major-brigadeiro José Geraldo Ferreira Malta, comandante do IV Comar, Antonio Carlos Franchini, presidente da Associação Paulista Viva, o coronel Ernesto Herrera, superintendente da Caixa Beneficente da PM, e o coronel Reynaldo Rossi, comandante da PM no centro da capital.

“Essa iniciativa é própria do chefe que conhece a alma do soldado”, elogiou o general Machado Filho.

SALVA DE PRATA À ROTA BARRADA MAIS UMA VEZ

Hoje à tarde, porém, o projeto que concede Salva de Prata em homenagem à Rota (tropa de elite da PM) ficou mais uma vez pendente de votação – foram 32 votos favoráveis e 13 contrários para a proposta do vereador Coronel Telhada, ex-comandante da Rota.

Antes do início da sessão, Telhada levou dois oficiais da Rota para conhecer o plenário e o presidente José Américo (PT), o que foi visto por alguns opositores ao projeto como tentativa de intimidação.

A proposta, no entanto, foi barrada mais uma vez após o vereador Toninho Vespoli (PSOL) pedir votação nominal do projeto. Agora, porém, Telhada e outros vereadores que votaram favoráveis à homenagem à Rota barram a votação de outros projetos na Casa.

Na tentativa de amenizar a crise, as lideranças governistas colocaram em votação outra proposta de Telhada, que concede “Medalha Anchieta” ao ex-tenente do Batalhão de Choque Dimas Mecca, um policiais denunciados pelo Ministério Público Estadual por participação na Operação Castelinho, ação da PM que resultou na morte de 12 suspeitos de integrarem o PCC em 2002, em Sorocaba, no interior paulista.

A votação da homenagem seria por votação simbólica, mas vereadores do PT, Ricardo Young (PPS) e Orlando Silva (PCdoB) registraram votos contrários nominais. Como a proposta não teve os 37 votos favoráveis necessários para sua aprovação, o presidente José Américo (PT) declarou o projeto “pendente de votação”, assim como a homenagem à Rota.

Mais uma vez Toninho Vespoli (PSOL) conseguiu barrar concessão de Salva de Prata à Rota, na sessão de hoje à tarde
 
Coronel Camilo (PSDB) e os 29 PMs feridos nos protestos de junho ontem à noite: sessão solene e coquetel na Câmara Municipal