Comissão de Meio Ambiente avalia reciclagem em São Paulo
A implantação de políticas de logística reversa em São Paulo e a adaptação da cidade à Política Nacional de Resíduos Sólidos foram os assuntos debatidos na Comissão Extraordinária Permanente de Meio Ambiente nesta quarta-feira. Para os participantes da reunião, a capital ainda tem muito a avançar nessas questões.
O vereador Francisco Chagas (PT) lembrou que tanto o município quanto o Estado possuem legislação anterior à Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2006, mas pouco foi feito.
Nina Orlow, da Rede Nossa São Paulo, afirmou que a lei federal é “meio caminho andado”. “Precisamos que as empresas tenham Plano de Gestão. Cidadão que consome tem que descartar no lugar certo, mas tudo depende de um sistema maior que ele”, concluiu. Nina lembrou ainda que São Paulo atualmente recicla menos de 2% do seu lixo.
Fabio Biocalti, da rede Made In Forest, concorda que uma mudança de atitude das empresas é fundamental, porém defende que isso só ocorrerá com ação do poder público. “Sem pressão do governo, os planos de gestão das empresas não vão sair do papel”.
Marcos Moreira Vaz, da ONG Reciclázaro, também acredita na responsabilidade compartilhada, porém defende que só relações em que todos saem beneficiados podem ser consideradas realmente “sustentáveis”.
O vereador Natalini (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente, afirmou que é papel da Câmara Municipal fazer “todas as pressões democráticas para que o poder público recupere o atraso”. Entretanto, ele criticou a maneira com que as decisões são tomadas no âmbito federal. “Criam-se as leis e o município que se lasque para cumprir, mas a maior parte dos impostos que o contribuinte paga fica com União”, disse o parlamentar.
CENTRAL DA RECICLAGEM
Durante a reunião, Fabio Biocalti apresentou uma das iniciativas da rede Made in Forest: a Central da Reciclagem criada pelo grupo.
“Para a gente está claro que o consumidor é uma base importantíssima do processo (de logística reversa) e precisa de educação ambiental. Além disso, poder público e fabricantes compartilham boa parte da responsabilidade”, disse Fabio sobre a necessidade de mecanismos como a Central da Reciclagem, que buscam incentivar o descarte correto de resíduos como forma de movimentar a “economia verde”.
Fabio explicou que a Central consiste em um banco de dados com informações sobre pontos de coleta de materiais recicláveis de 37 categorias, que vão desde alumínio a coco verde.
Em todo o país, a Central da Reciclagem tem o cadastro de mais de 15 mil pontos. Apenas na cidade de São Paulo são mais de dois mil endereços cadastrados. Para ele, o site serve tanto para incentivar a reciclagem quanto para conscientizar a população da falta de pontos de coleta em diferentes categorias e regiões.
Para mais informações, visite www.centraldareciclagem.org.
Fonte: Portal da CMSP