Encontro do Adote um Vereador: a política do cidadão

Texto: Milton Jung

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Havia dois candidatos a vereador na mesa do café. Os dois são voluntários do Adote um Vereador, assim como a maioria dos que estiveram participando do encontro mensal, no Pateo do Collegio, em São Paulo. Os dois concorrem por partidos diferentes e sentaram ao lado de gente que faz campanha para um terceiro candidato de um terceiro partido. Aliás, ali também tinha quem defendesse outros nomes para ocupar cargo na Câmara Municipal e os que ainda não escolheram seus candidatos. Tinha ainda quem é contra todos os candidatos.

 

Com a diversidade da nossa “fauna e flora” foi possível perceber como somos capazes de fazer política, civilizada e respeitosa, ocupando o mesmo ambiente. Não chega a ser uma novidade para quem desde 2008, como é o nosso caso, convive neste grupo de cidadãos interessados na melhoria da qualidade de vida da sua cidade. Temos a convicção de que somente com a participação das pessoas e a pressão sobre o Legislativo e o Executivo se conseguirá algum avanço nas políticas públicas.

 

Dos candidatos soubemos como é difícil conquistar votos e mais ainda conquistar uma cadeira na Câmara. O partido que um deles representa concorre esse ano com metade do número de candidatos da última eleição. Sinal de como a grana anda curta com a proibição das doações de empresas. Na divisão do espaço que ocupam no rádio e na televisão nem todos têm o mesmo tempo disponível para apresentar suas propostas. Os que buscam a reeleição aparecem até quatro vezes por semana, os sem-mandato mas com força dentro do partido aparecem até duas vezes e o restante, apenas uma.

 

Com as restrições impostas pela lei e pelos partidos, resta aproveitar todo o ambiente possível para conquistar o apoio de algum eleitor. Por isso, a presença em debates públicos é importante. Aliás, no dia 20 de setembro, haverá o II Debate sobre o Centro de São Paulo, que se realizará no auditório da rua Barão de Itapetininga, 163. A intenção dos organizadores é ouvir as propostas dos candidatos que representam a região. Bom para eles e melhor ainda para o cidadão, pois somente com informação se pode fazer uma boa escolha.

 

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Como escolher o seu candidato a vereador também foi o foco da entrevista realizada por um grupo de estudantes de jornalismo da ESPM-SP. Eles aproveitaram o encontro de sábado e gravaram reportagem com o Alecir Macedo e a Silvia Von Tiesenhausen, dois dos nossos voluntários, interessados em saber como o eleitor deve se comportar, especialmente diante do sistema proporcional que rege as eleições no Executivo.

 

Entender esse sistema é sempre um desafio, pois tem-se a ideia de que os eleitos são os 55 candidatos mais votados na cidade. Ledo engano. No sistema proporcional, a soma de votos para cada partido é que define o número de vereadores que o partido elegerá. Quando você vota em um candidato esse voto antes conta para o partido. Grosso modo, se o partido obteve 10% dos votos, terá direito a 10% das cadeiras na Câmaras. No caso de São Paulo, isso representaria algo em torno de cinco vagas, portanto, os cinco vereadores mais bem votados daquele partido assumem o cargo de vereador.

 

O jornalista Pedro Doria escreveu ótimo artigo sobre o assunto em sua coluna no Medium que vale a pensa ser lido para que possamos entender melhor como funciona esta engenharia do voto. 

 

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No encontro desse sábado, tivemos oportunidade também de assistirmos aos vídeos que gravamos para promover o Adote um Vereador, incentivar a participação do cidadão nas eleições e sugerir alguns critérios para a escolha do nosso candidato. Todos estão acessíveis na nossa página no You Tube e convidamos você a compartilhar com seus amigos nas redes sociais, também.

 

A mesa com discussão animada e diversificada contou com a participação da Silva, Eliana, Gabriela, Rute, Cecilia, Norma, Bruno, Eli, Fabiano, Vitor, Moty e Gregório, além do Alecir e da Silvia, que já registramos.

 

Eu, também, estive lá e fiquei muito satisfeito em ver que a política vai muito além dos conchavos e acordos que pautam as relações de muitos partidos e parlamentares dos nossos legislativos.