Fim do recesso durou só dois dias na Câmara

Prédio vai ficar fechado na próxima semana: justificativa para novas folgas é necessidade de ajustar segurança

ADRIANA FERRAZ , DIEGO ZANCHETTA - O Estado de S.Paulo

O fim do recesso durou apenas dois dias na Câmara Municipal de São Paulo. Por decisão da atual Mesa Diretora, os trabalhos serão suspensos por uma semana, por causa do carnaval. Ontem, já não houve sessão plenária e a próxima foi agendada pelo presidente José Américo (PT) apenas para o dia 19.

Na semana que vem, os funcionários vão ganhar férias extras. A Casa nem vai abrir. Oficialmente, o motivo do novo recesso é a necessidade de se realizar uma limpeza geral no prédio, além de um pente-fino no sistema de combate a incêndio.

Segundo Américo, após o carnaval serão checados todos os itens contra fogo, como extintores de incêndio, saídas de emergência e rotas de fuga. Nesta semana, teste feito em um dos extintores da Casa teria falhado, acendendo o sinal de alerta na Câmara.

O tema segurança contra incêndio virou motivo de discussão e propostas de lei apresentadas por um grupo de parlamentares. Na terça-feira, primeiro dia de sessão, foram apresentados dois projetos com o objetivo de evitar tragédias como a ocorrida na boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Wadih Mutran (PP), por exemplo, quer proibir "qualquer ato que envolva a produção de faísca ou fogo em casas noturnas e boates fechadas" da capital. O texto veta até "velas de aniversário de qualquer espécie".

A bancada do PSDB também se manifestou. Projeto assinado pelos vereadores Andrea Matarazzo, Claudinho de Souza, Coronel Telhada, Floriano Pesaro, Gilson Barreto, Mario Covas Neto e Patrícia Bezerra prevê que a Prefeitura seja obrigada a publicar na internet a reprodução do alvará de funcionamento concedido a locais de reunião - como boates e igrejas. A gestão de Fernando Haddad (PT) informa apenas quem tem o documento.