Manifestantes protestam na Câmara de SP contra corredores de ônibus

Eles temem que projeto de alinhamento viário resulte em desapropriações. 

Prefeitura diz que proposta apenas traça diretrizes e está aberta ao diálogo.

 

Matéria publicada originalmente pelo Portal G1 São Paulo

Roney DomingosDo G1 São Paulo

Manifestantes protestam na Câmara de SP contra projeto de alinhamento viário para corredor de ônibus 

(Foto: Roney Domingos/ G1)

 

Cerca de 100 manifestantes protestaram nesta quarta-feira (19) no plenário da Câmara Municipal de São Paulo contra o projeto de lei 17/2014, apresentado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), que estipula o alinhamento viário e o alargamento de vias por onde deverão passar os futuros corredores de ônibus.

Eles temem que a aprovação do projeto resulte em desapropriações e os obrigue, no futuro, a mudar o endereço de moradias e estabelecimentos comerciais que mantêm há décadas ao longo desses corredores. A Prefeitura planeja ampliar a rede de corredores dos atuais 120 km para 348,9 km nos próximos anos.

Presentes à audiência pública em que o projeto foi discutido, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Melo Franco, e o diretor de Infraestrutura da SPTrans, Salvador Khuriyeh, deixaram claro que o projeto de alinhamento viário busca apenas traçar diretrizes para os futuros corredores e não toca em desapropriações, assunto a ser tratado nas fases futuras dos empreendimentos. Ambos disseram que não há número previsto ainda de quantos imóveis podem ser atingidos pelos corredores e ressaltaram que a  Prefeitura está aberta ao diálogo.

Khuriyeh afirmou que a aprovação do Plano Diretor Estratégico, prevista para o primeiro semestre, pode reduzir o impacto das desapropriações para os corredores, uma vez que pode estabelecer formas de compensação aos contribuintes eventualmente atingidos pelo traçado.

A maioria dos manifestantes protestava contra o corredor de ônibus a ser implementado na Avenida Nossa Senhora do Sabará, na Zona Sul de São Paulo. Dono de uma loja de escapamentos no bairro há 35 anos, Wiliam Oliveira afirmou que está preocupado com a possibilidade de ter de deixar o local.  "Nós teremos 484 desapropriações, que devem atingir 10 mil pessoas", afirmou. O número não é confirmado pelo secretário e nem pelo diretor da SPTrans.

Também havia manifestantes contra o corredor de ônibus da Avenida João Néri, que segundo  Edson Coqueiro, da Associação dos Empresários do Itaim Paulista, na Zona Leste da capital, pode afetar cerca de 300 empresas instaladas na região.

Os corredores são estruturas à esquerda, como as que existem nas avenidas Nove de Julho e Santo Amaro, e diferem das faixas à direita, como a da Avenida Paulista, onde a influência de outros veículos é maior em razão das conversões. Pelos corredores circulam ônibus e táxis com passageiros.

Nota do Blog:

Durante a realização da audiência pública, verificamos que o PL 17/2014 estava na pauta da Sessão Extraordinária de ontem (19), comunicamos a Sonia Barboza -Diretora do Movimento Voto Consciente- que estava presente, ao indagar o vereador Arselino Tatto (PT) -Líder do Governo- recebeu a seguinte resposta: " e daí, e se votarmos, nós temos o poder". Mais tarde durante o Colégio de Líderes, manifestou sua intenção de aprovar o PL em primeira votação na proxima semana.

Este é o tratamento que recebemos de quem deveria estar lá para ouvir a população e defender seus interesses.