Memorial da Democracia: manifestações marcam audiência

Fábio Jr Lazzari/CMSP

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Representantes da sociedade civil contrários à cessão de terreno localizado na Rua dos Protestantes (região central) para o Instituto Lula, que pretende construir no local o Memorial da Democracia, lotaram o Plenário 1º de Maio nesta quinta-feira, durante audiência pública convocada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e de Meio Ambiente para debater a matéria.

Para o militante Marcelo Brunella, não há motivos para a concessão de um espaço público para abrigar tal acervo. Como outros participantes da audiência pública, ele defendeu que o Instituto Lula construa um memorial sem dinheiro público, a exemplo de iniciativas semelhantes que homenageiam Juscelino Kubitschek e Fernando Henrique Cardoso.

Já para Marcos Maher, do movimento Revoltados Online, a concessão é “imoral”, pois corresponderia a “assinar um cheque em branco”. “Ninguém é contra o ex-presidente ou o partido dele, mas o museu deveria ser privado”, argumentou.

O vereador José Américo (PT), favorável ao projeto de lei, lembrou que a Câmara Municipal já aprovou outras concessões de terrenos a instituições privadas, caso das escolas de samba. Ele também rebateu as críticas de que o local poderia ser utilizado para a instalação de outros equipamentos públicos. “Colocar o Instituto Lula como substituto de todas as creches é argumento de natureza ideológica”, observou. Para ele, o acervo de um presidente da República é um bem cultural e deve ser mantido como tal.

Para Danilo Barboza, do Voto Consciente, o interesse público no acervo presidencial é questionável. Como Marcelo Brunella, ele defendeu que esse tipo de instituição tenha caráter privado.

Já o vereador Floriano Pesaro (PSDB) argumentou que até a leitura histórica da democracia brasileira será comprometida por conta da realização do memorial pelo Instituto Lula. “Não cabe a um partido contar a história, isso é imoral”, disse.

O vereador Ítalo Cardoso (PT) respondeu a Pesaro que a esquerda será capaz de narrar os fatos de maneira “democrática e transparente”.

Com a realização da audiência pública,  o Projeto de Lei 29/2012  está pronto para passar pela segunda votação em plenário. O presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e de Meio Ambiente, Tião Farias (PSDB), acredita que, apesar do debate acalorado, a audiência foi bem sucedida.

“É melhor assim do que quando ninguém aparece para discutir”, afirmou. Contrário à concessão, ele informou que seu partido apresentará um substitutivo ao projeto, propondo que o Memorial da Democracia seja executado por meio de licitação.

Fonte: Portal da CMSP

 

Nota:

Interessante também foi a manifestação de Sônia Barboza, Diretora do Movimento Voto Consciente, vale a pena assistir, parar e pensar um pouco sobre o que estamos fazendo com a nossa cidade.

Veja o vídeo: