Na Câmara de SP, 94% dos vereadores vão tentar a reeleição

 

Parlamentares voltam nesta quarta-feira e terão pacote de 35 projetos para votar nas primeiras semanas; objetivo é mostrar trabalho em ano eleitoral

Diego Zanchetta - Estado de S.Paulo

Após quase dois meses de recesso, os 55 vereadores paulistanos voltam a participar de sessões plenárias a partir desta quarta-feira, 1. E, logo no primeiro dia, a presidência da Casa vai informar sobre um pacote com 35 projetos de parlamentares que deve ser votado nas duas primeiras semanas. A intenção das lideranças é “mostrar trabalho” em ano eleitoral.

O objetivo das 14 lideranças da Casa é votar o máximo de projetos até o final do primeiro semestre. A partir de agosto, com o início da campanha nas ruas, poucos parlamentares devem comparecer às discussões em plenário. Só três dos atuais vereadores não vão concorrer à reeleição no dia 1º de outubro.

Carlos Neder (PT) e Carlos Apolinário (DEM) declararam não ter a intenção em disputar mais um mandato. Com vaga assegurada no Tribunal de Contas do Município (TCM), Domingos Dissei (PSD) também está fora do pleito. Os outros 52 vereadores, ou 94,3% do total, estarão em campanha nas ruas a partir do segundo semestre. O decano do Legislativo, Wadih Mutran (PP), vai tentar o sétimo mandato consecutivo.

O ano de eleições deve tornar a pauta de votação morna, sem propostas polêmicas ou grandes modificações em leis urbanas, como ocorreu no ano passado. Entre os projetos que passaram em 2012 estavam o pacote de R$ 400 milhões em benefícios para a construção do Itaquerão e um alvará provisório de quatro anos para 987 mil comerciantes em situação irregular.

Nas primeiras sessões extraordinárias do ano será votado um pacote de projetos de vereadores que ficou pendente de votação em dezembro. Entre eles está a proposta que proíbe o som alto em carros nas conveniências e dentro de vagões do Metrô, dos vereadores Dalton Silvano (PV) e Antonio Carlos Rodrigues (PR).

Custos. Quem conseguir se reeleger para mais um mandato como vereador em São Paulo vai entrar com salário 40% mais alto. Dos atuais R$ 9,2 mil mensais o salário dos parlamentares vai saltar para R$ 15.031 em janeiro de 2013. Com o reajuste, os gastos diretos de cada gabinete da Câmara paulistana irão a R$ 114,8 mil --mais que a despesa dos deputados federais, que é de R$ 114,4 mil.

Cada vereador, além do salário de R$ 15.031, terá uma verba mensal de R$ 84,4 mil para contratar até 18 assessores e R$ 15,3 mil para despesas como gráfica, correio, telefone e combustíveis. Os gastos de deputado federal incluem uma despesa que vereadores não têm: as passagens aéreas. O custo/vereador só é inferior ao custo/deputado estadual, que no Estado de São Paulo é de R$ 135,8 mil.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR