Novos vereadores de SP defendem 13º salário, suspenso pela Justiça

G1 ouviu opiniões de 83% dos novos vereadores sobre temas de SP.
Nesta terça-feira (5), Câmara tem primeira sessão do mandato 2013-2016.

Roney Domingos Do G1 São Paulo

Enquete vereadores (Foto: Arte/G1)

A maioria na nova Câmara de São Paulo se declara favorável ao recebimento do 13º salário e do fim da taxa de inspeção veicular ambiental e é contra a cobrança do pedágio urbano, segundo levantamento do G1. Durante cerca de 60 dias, todos os novos vereadores foram procurados para responder oito perguntas sobre a cidade e ainda para falar sobre seus times e crenças (veja ao lado).

Entre dezembro e janeiro, o G1 obteve respostas de 46 dos 55 vereadores (83%). Nove deles não retornaram, apesar de o levantamento não individualizar as respostas. A partir desta terça-feira (5), quando começam as sessões, ao menos parte desses temas que foram promessas eleitorais ou são polêmicas herdadas da gestão anterior devem começar a ser debatidos.

13º salário
A maioria concorda com o pagamento extra. Ante à pergunta “É favorável ao recebimento do 13º salário que foi aprovado em votação na Casa e contestado pela Justiça?”, mais da metade respondeu sim. A proposta do 13º foi aprovada em 2011 junto com votação de reajuste salarial. Entretanto o Ministério Público Estadual propôs ação direta de inconstitucionalidade. A Justiça decidiu vetar o pagamento do extra que passaria a valer em dezembro de 2013, mas autorizou o aumento salarial que elevou o salário mensal para R$ 15 mil.

Fim da taxa da inspeção veicular
Os vereadores sinalizam para a aprovação da promessa de campanha do prefeito Fernando Haddad (PT) de acabar com a taxa de inspeção veicular. Diante da questão “Concorda com o fim da cobrança da taxa de inspeção veicular ambiental?”, 76% responderam sim; 17%, não; e 6% declararam não saber. Ele disse que enviaria o projeto de lei à Câmara no início do ano legislativo.

Ensino em tempo integral
Outro ponto de afinidade dos vereadores com o prefeito está na educação: 94% dos vereadores ouvidos responderam sim quando questionados se “são favoráveis ao ensino em tempo integral nas escolas cuja nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) for menor que a média do município”. Durante a campanha, Haddad prometeu implantar a educação em tempo integral nas escolas paulistanas com nota menor que a média do município.

Retirada dos camelôs
Diante da pergunta “É a favor da retirada de camelôs das ruas?”, quase metade dos vereadores optou pelo “não”. Em meio a atritos de camelôs com a gestão anterior, de Gilberto Kassab, Haddad prometeu negociar. “Na cidade, tem espaço para pedestre, tem espaço para o lojista e tem espaço para o ambulante desde que regular. É isso que nós vamos fazer, uma pactuação para ter espaço para todo mundo”, afirmou.

Pedágio urbano
A proposta de criação de pedágio urbano teria voto contrário de 82% dos vereadores. Apenas 1 deles votaria a favor e 7 têm dúvidas a respeito. Haddad também disse ser contra a medida, que pode voltar a ser debatida nesta legislatura durante a revisão do Plano Diretor.

Pagamento de PMs pelo município
A maioria também respondeu sim à questão: “é favorável que a Prefeitura amplie o convênio que paga PMs fora do horário de serviço para aumentar o policiamento na cidade?”. A ampliação da chamada Operação Delegada - convênio que permite à Prefeitura pagar a policiais militares fora do horário de serviço para aumentar o policiamento na cidade – é compromisso de campanha de Haddad. O assunto  já é discutido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Fim das organizações sociais na saúde
Os vereadores se dividem quanto à proposta, alvo de polêmica durante a campanha, de limitar a participação de organizações sociais (OSs) nos hospitais e unidades de saúde.
G1 perguntou aos parlamentares: “A Câmara deve elaborar lei que limite a participação de organizações sociais nos hospitais e unidades de saúde?”. Exatamente metade dos vereadores é contra, 43% são a favor e apenas 6% não sabem o que dizer a respeito ou têm dúvidas sobre o tema.

Revisão do Plano Diretor
Outro ponto polêmico trata de mudanças em diretrizes urbanas caso ocorra a revisão do Plano Diretor, a lei que define o planejamento da cidade a longo prazo. O G1 perguntou: “O novo plano diretor deve liberar a construção de edifícios em bairros onde já não é permitido?”. Pouco mais da metade dos vereadores não quer a liberação e 37% não têm opinião clara formada a respeito. Haddad pregou em seu discurso de posse uma reforma urbana para corrigir distorções que impedem avanços sociais.

Time e religião
O levantamento do G1 também perguntou qual o time e a religião dos vereadores. As respostas mostraram que o Corinthians tem a maior bancada da Câmara Municipal de São Paulo, com 36% dos parlamentares. O Palmeiras fica em segundo lugar, com 28%. São Paulo e Santos empatam no terceiro lugar.

Os católicos são maioria na Câmara Municipal, com 54% dos que responderam à enquete. Os que se declaram evangélicos são 17% e cristãos, 6,5%.

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