Plano Diretor pode ser votado durante recesso parlamentar

RenattodSousa / CMSP
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Na foto acima, Jussara Basso, uma das coordenadoras do MTST, fala com a imprensa sobre as reivindicações do movimento

Caso o projeto do novo Plano Diretor não seja aprovado até o fim do mês, a Câmara Municipal poderá ter sessões durante o recesso parlamentar, que começa em primeiro de julho. A informação foi dada a jornalistas pelo líder do PT, vereador Alfredinho, durante a sessão plenária desta terça-feira (14/6). Na tarde de hoje, os vereadores da base de apoio ao prefeito Fernando Haddad tentaram iniciar a discussão do projeto, mas não conseguiram quórum para manter a sessão aberta.

Segundo o petista, o governo ainda não alcançou os 33 votos necessários para a aprovação do plano. “Todos os vereadores têm suas demandas, suas reivindicações, mas não é possível atender a todos. Então nós temos que conversar, construir um entendimento.”

Alfredinho foi um dos parlamentares que receberam uma comitiva de manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto), juntamente com o presidente José Américo (PT), Adilson Amadeu (PTB) e Juliana Cardoso (PT). O movimento reuniu milhares de manifestantes em frente ao Palácio Anchieta para pressionar pela aprovação do projeto e a inclusão da ocupação Copa do Povo, na zona leste, entre as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) previstas no plano.

As ZEIS são áreas nas quais o poder público tem a obrigação de promover habitação de interesse social. Elas também possuem regras diferenciadas para a construção de novos edifícios, desincentivando empreendimentos de alto padrão.

No encontro, os vereadores reafirmaram o esforço de votar o projeto até o fim do mês. Por sua vez, os manifestantes informaram que permanecerão acampados em frente à Câmara até que o plano seja aprovado. “Serão por volta de 250 pessoas nesse primeiro momento, mas a ação será massificada conforme a necessidade”, afirmou a militante Jussara Basso, uma das coordenadoras do movimento.

A pressão dos manifestantes, que chegaram a fechar os acessos ao edifício da Câmara durante a tarde, foi criticada pelos parlamentares da oposição, que qualificam a atitude do movimento como uma “chantagem”.  “Acho que é um tipo de pressão inaceitável você acampar, fazer o que fizeram aqui hoje, que é fechar a Câmara, sitiar todas as entradas e saídas”, disse vereador Andrea Matarazzo (PSDB).

A intenção do governo é aprovar o substitutivo protocolado na semana passa pelos vereadores da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente. A princípio, a transformação da Copa do Povo em Zeis seria realizada em um projeto separado, mas como a oposição está obstruindo a leitura do projeto, o presidente José Américo (PT) disse a jornalistas que cogita incluir a questão no próprio Plano Diretor através de uma emenda. (Rodolfo Blancato)

Fonte: Portal da CMSP