Quase 27% dos vereadores que perderam a eleição aceitaram aumentar o salário do prefeito
Dos 52 vereadores que participaram da última sessão do ano que aprovou o reajuste de salário do prefeito, do vice e dos secretários municipais, 63% voltarão à Câmara de São Paulo em Janeiro, porque foram reeleitos para mais quatro anos de mandato. O projeto de lei teve o apoio de 34 vereadores, 17 votaram contra e um se absteve —- foi Ricardo Nunes, eleito como vice-prefeito de Bruno Covas, portanto um dos beneficiados pelo aumento de salário.
Ainda levando em consideração o número de vereadores presentes em plenário:
- 38,4% foram reeleitos e aprovaram o aumento;
- 26,9% não foram reeleitos e aprovaram o reajuste;
- 25% foram reeleitos e não aprovaram;
- 7,6% não foram reeleitos e não aprovaram
Por curiosidade, para 19 dos vereadores a discussão sobre o reajuste foi um dos últimos atos na Câmara, porque não se reelegeram ou não concorreram à reeleição.
Pra quem fica e pra quem chega em Janeiro, a pressão virá de servidores públicos que se sentirão à vontade para pedir reajuste já que este foi concedido ao prefeito. Como o salário do prefeito é o teto do funcionalismo paulista, o aumento autorizado pelos vereadores atuais poderá beneficiar, também, cinco mil funcionários públicos que recebem o limite máximo.
O impacto na folha de pagamento da cidade pode chegar a 500 milhões de reais, segundo calculou o vereador José Police Neto, do PSD, que, apesar de ter apoiado a reeleição de Mário Covas, votou contra o reajuste de salário —- e não se reelegeu.
O aumento passa a valer em Janeiro de 2022.